segunda-feira, 23 de agosto de 2010

CRACK

DEFINIÇÃO
É extraída da lavagem dos sais de cocaína, deixando pedras conhecidas como freebase, a mais perigosa forma de coca. Tendo em vista que é pouco solúvel em água, seu uso é feito através da volatilização, quando aquecida, sendo portanto fumada em cachimbos.
FASES DO CRACK
O crack em estado gasoso chega imediatamente aos alvéolos pulmonares (próximo da circulação sangüínea). A absorção pulmonar é 200 vezes maior e mais perigosa que a absorção via nasal (inalada). Via alvéolos, o crack entra na circulação e começa a atuar nos órgãos mais irrigados do corpo, especialmente o cérebro. Uma vez no sistema nervoso central, age diretamente nos neurônios. São eles que, diante de uma mensagem elétrica, liberam os neurotransmissores químicos que atravessam os hiatos ou sinapses entre os nervos, mandando a mensagem para frente. O crack bloqueia a recaptura do neurotransmissor dopamina (de efeito estimulante). Essa substância fica mais tempo na região de comunicação entre dois neurônios e estimula o outro neurônio da rede. Resultado: hiperestimulação da atividade motora, sensação de bem-estar, euforia. Conseqüência: aumento da pressão arterial e da freqüência dos batimentos cardíacos, risco de enfarte e derrame cerebral. Em overdoses, os efeitos podem se prolongar levando ao coma. Nesses casos, há possibilidades de lesão dos neurônios. O crack é metabolizado no fígado. Os produtos da metabolização são eliminados pelos rins através da urina.
OBSERVAÇÕES GERAIS
A cocaína (crack) chega ao cérebro em apenas 15 segundos. O ápice de ação é alcançado em 30 segundos. Os efeitos de onipotência, euforia e sensação de bem-estar duram em média 5 minutos. Em seguida, ocorre um declínio no ápice desta sensação e a tendência é a depressão, a fadiga e o mal-estar. Normalmente, os dependentes químicos do crack ficam horas seguidas em buscas de novos ápices. São surpreendentes e imensuráveis os danos físicos, mentais e sociais ocasionados pelo crack. As alucinações cocaínicas são terríveis. Com o uso constante, o dependente químico pode ouvir zumbidos de inseto, queixar-se de desagradável cheiro de carrapato, sentir pequenos animais imaginários, como vermes e piolhos, rastejando-se embaixo da sua pele e coceiras e comichões que quase o levam à loucura. Nos casos agudos de intoxicações, pode haver perfuração do septo nasal, quando a droga é aspirada ou friccionada nas narinas, e perda da dentição quando friccionada na gengiva.
EFEITOS DA ABSTINÊNCIA
As manifestações físicas provocadas pela falta do crack são náuseas, vômitos, pupilas dilatadas, sensibilidade à luz, elevação da pressão sangüínea e da temperatura, dores em todo o corpo, insônia, crises de choro, tremores e diarréia. A dependência física é tão grande que o corpo passa a necessitar da droga para o seu funcionamento celular normal.
Na síndrome de abstinência aguda (SAA) os sintomas físicos, psicológicos e sociais provocados pela falta da droga ocorre entre 3 e 10 dias após a última utilização da droga, enquanto a Síndrome de abstinência demorada (SAD) registra sintomas baseados na sobriedade, ocorrendo meses ou anos após o uso.
São eles: Mente confusa, problemas de coordenação motora, problema de memória, reação emocional exagerada ou apatia e distúrbio do sono ou alteração.
A SAD é mais ou menos severa de acordo com a disfunção cerebral e da quantidade de stress experimentado. Algumas pesquisas mostram que os seus sintomas estão ligados aos danos causados ao cérebro, devido ao abuso de drogas e, em muitos casos, podem causar a recaída.

sábado, 7 de agosto de 2010

REALIDADE DO TRATAMENTO PARA DEP. QUÍMICA

O que é o tratamento para a Dependência Química?

Existem muitas drogas que produzem dependencia e o tratamento para drogas específicas, podem variar. Também dependem das características do paciente. Problemas associados com a dependência de um indivíduo podem variar significativamente. Pessoas dependentes em drogas se originam de todos os tipos de vida. Várias sofrem de problemas mentais, ocupacionais, saúde ou sociais que fazem com que suas desordens sejam muito mais difíceis de serem tratadas. Mesmo que haja poucos problemas associados, a gravidade varia muito entre as pessoas. Existe uma variedade de métodos de tratamento com base científica. O tratamento pode incluir terapia comportamental, tal como aconselhamento, terapia cognitiva ou psicoterapia, medicações ou combinação de todos. Terapias comportamentais oferecem às pessoas estratégias para lidarem com sua avidez por drogas, ensinar-lhes formas de evitar drogas e prevenir recorrências e auxiliam- na a lidar com recorrências caso ocorram. Quando o comportamento de uma pessoa envolvida em drogas a coloca em risco maior de contágio de AIDS ou outras doenças infecciosas, terapias comportamentais podem ajudar a reduzir o risco de transmissão de doença. A administração do caso e referência a outros, serviços médicos, psicólogos e sociais são fundamentais para o tratamento de vários pacientes. Os melhores programas fornecem uma combinação de terapias e outros serviços para suprir as necessidades do paciente, as quais são delineadas por itens tais como: idade, raça, cultura, orientação sexual, gênero, gravidez, pais, moradia e emprego, bem como abuso físico e sexual. Tratamento pode incluir Terapia Comportamental, medicamentos, ou uma combinação de todos eles. Medicamentos de tratamento, tais como, naltrexona estão disponíveis. Preparações de nicotina ( adesivos, gomas, spraynasal ), e bupropion estão disponíveis para indivíduos viciados em nicotina.

OS MELHORES PROGRAMAS DE TRATAMENTO PROPORCIONAM UMA COMBINAÇÃO DE TERAPIAS E OUTROS SERVIÇOS PARA SUPRIR AS NESSIDADES DO PACIENTE INDIVIDUALMENTE.
Medicamentos, tais como antidepressivos, estabilizadores de humor ou neurolépticos, podem ser fundamentais para o sucesso do tratamento quando os pacientes têm desordens mentais recorrentes, tais como depressão, ansiedade, desordem bipolar ou psicose.O tratamento pode ocorrer em vários locais, de várias formas diferentes e por diferentes períodos de tempo. Pelo fato de que a dependência é tipicamente uma desordem crônica caracterizada por recorrência ocasionais, um tratamento de custo prazo de uma vez geralmente não é suficiente. Para muitos o tratamento um processo a longo prazo que envolve várias intervenções e tentativas de abstinência.

Por quê os dependentes não conseguem abandonar as drogas por si próprios ?
Quase todos acreditam no começo que podem parar de usar drogas por si próprios. Mas a maioria dessas tentativas resulta em fracasso para atingir abstinência por longo prazo. Pesquisas mostram que o uso de droga por longo tempo resulta em mudanças significativas no funcionamento do cérebro que persistem por um longo período depois de o indivíduo ter parado de usar drogas. Essas mudanças induzidas podem acarretar em várias conseqüências comportamentais, incluindo a compulsão para uso de drogas apesar das conseqüências adversas característica definidora da dependência. Compreender que o uso tem tal componente biológico importante pode ajudar a explicar a dificuldade de um indivíduo para conseguir e manter a abstinência sem tratamento. Estresse psicológico do trabalho ou problemas familiares, pistas sociais, tais como ( encontros com indivíduos usuários de droga do passado ) ou a atmosfera ( encontros nas ruas, objetos ou mesmo cheiros associados ao uso de droga ), podem interagir com fatores biológicos e prejudicar a manutenção da abstinência e tornar recorrências mais prováveis. Pesquisas indicam que até o indivíduo mais seriamente comprometido podem participar ativamente do tratamento e que participação ativa é essencial para bons resultados.

Quão eficaz é o tratamento ?
Além de parar de usar droga a meta do tratamento é levar o indivíduo a um funcionamento produtivo na família, local de trabalho e comunidade. Medidas de eficácia geralmente incluem níveis de comportamento criminoso, relacionamento familiar, empregabilidade e condições médicas. No total, o tratamento é tão bem sucedido quanto de outras doenças crônicas, tais como diabetes, hipertensão e asma. De acordo com vários estudos, o tratamento de drogas reduz o uso de 40% a 60% e diminui significativamente atividades criminais durante e após o tratamento. Por exemplo, um estudo de tratamento comunitário terapêutico para usuários de drogas demonstram que prisões por atos violentos e criminosos foram reduzidos em 40% ou mais. Tratamento com metadona mostrou que diminui comportamento criminoso em torno de 50%. Pesquisas mostram que o tratamento da droga reduz o risco de infeção do HIV e que intervenções para prevenir contra o HIV são muito mais baratas que os tratamentos relacionados a doenças por contágio com HIV. O tratamento pode melhorar as perspectivas para emprego com ganhos de até 40% após tratamento. Apesar desses índices gerais de eficácia, resultados individuais de tratamento dependem da extensão e natureza dos problemas apresentados pelo paciente, da adequação dos componentes do tratamento e serviços e serviços relacionados utilizados para atacar os problemas e do grau de envolvimento ativo do paciente no processo do tratamento.

Quanto tempo o tratamento das drogas geralmente leva ?
Os indivíduos progridem através do tratamento em velocidades variadas, então não há duração pré- determinada. Mas pesquisas mostram inequivocamente que bons resultados são contigentes em durações adequadas. Geralmente para tratamento de paciente residente ou externo a participação por menos de 90 dias é de eficácia limitada ou nula, e os tratamentos que duram significativamente mais são indicados. Para manutenção de metadona, 12 meses de tratamento é o prazo mínimo, e alguns viciados em ópio continuarão a se beneficiar do tratamento com metadona por anos. Muitas pessoas que iniciam o tratamento param antes de receber todos os benefícios que o tratamento pode proporcionar. Resultados bem sucedidos podem requerer mais do que uma experiência de tratamento. Muitos dependentes têm vários episódios de tratamento, freqüentemente com impacto cumulativo.

O que ajuda as pessoas a permanecerem no tratamento ?
Uma vez que resultados bem sucedidos dependem da permanência suficiente da pessoa para receber todos os benefícios do tratamento, estratégias para manter um indivíduo no programa são essenciais. A permanência no tratamento depende de fatores associados tanto ao indivíduo quanto ao programa. Fatores individuais relacionados ao envolvimento e retenção incluem : motivação para mudar o comportamento de uso de drogas; grau de apoio da família e amigos e se há pressão para ficar em tratamento por parte do sistema criminal judiciário, serviços de proteção à criança, empregadores ou família. Dentro do programa, conselheiros bem sucedidos são capazes de estabelecer um relacionamento terapêutico positivo com o paciente. O conselheiro deve assegurar que um plano de tratamento seja estabelecido e seguido para que o indivíduo saiba o que esperar durante o tratamento. Serviços sociais, psiquiátricos e médicos devem estar disponíveis. Uma vez que problemas individuais ( tais como, problemas mentais sérios, uso intenso de cocaína ou crack e envolvimento criminal ) aumentam a probabilidade de um paciente desistir; tratamento intensivo com uma série de componentes pode ser requerido para reter pacientes que tenham esses problemas. O provedor então deve assegurar uma transição a um cuidado contínuo ou “ pós- cuidado “ seguindo a finalização do tratamento formal do paciente.

Qual papel pode o sistema judiciário criminal exercer no tratamento da dependência da droga ?
Mais e mais pesquisas têm demonstrado que tratamento para usuários de drogas durante e após encarceramento pode ter um efeito benéfico significativo sobre futuro uso da droga, comportamento criminoso e envolvimento social. O caso para integrar métodos de tratamento em drogas com o Sistema Judiciário Criminal é compungente. Combinar o tratamento com apoio da comunidade e prisão reduz o risco tanto de reincidência do comportamento criminoso relativo às drogas quanto ao uso. Por exemplo, um estudo recente descobriu que prisioneiros que participaram de um programa de tratamento terapêutico na Prisão Estadual de Delaware e continuaram a receber tratamento após a prisão tiveram 70% menos probalidade de retornar ao uso de drogas e incorrer em reaprisionamento do que os não participantes.
A maioria dos criminosos envolvidos com o Sistema Judiciário Criminal não está na prisão mas sob supervisão da comunidade. Para os que têm problemas conhecidos com drogas o tratamento pode ser recomendado ou determinado como uma condição de réu primário. Pesquisa demonstraram que indivíduo que iniciam o tratamento sob pressão legal têm resultados tão favoráveis quanto os que iniciam o tratamento voluntariamente. O sistema judiciário criminal insere detento no tratamento através de vários mecanismos, tais como : levar criminosos não-violentos para tratamento; estipular tratamento como pré-requisito para liberdade condicional ou libertação antes do julgamento, e formar tribunais especializados que lidem com casos envolvendo drogas. Tais tribunais são um outro tipo que se dedicam a envolvidos com drogas. Eles determinam e providenciam tratamento como uma alternativa ao encarceramento, monitoram Ativamente o progresso do tratamento e providenciam outros serviços a criminosos envolvidos com drogas. Os modelos mais eficazes integram justiça criminal com serviços e sistemas de tratamento de drogas. O pessoal do tratamento e da justiça criminal trabalham juntos em planos e implementação de triagem, colocação, teste, monitoramento e supervisão, bem como no uso sistemático de sanções e recompensas para usuários de drogas no sistema judiciário criminal. O tratamento para encarcerados deve incluir cuidado contínuo, monitoramento e supervisão após e durante libertação. Como o tratamento em drogas pode ajudar a reduzir a proliferação de HIV/AIDS e outras doenças infecciosas ? Vários dependentes em drogas, tais como heroína ou cocaína e particularmente drogas injetáveis, aumentam o risco de contágio com o vírus HIV bem como outras doenças infecciosas como hepatite, tuberculose e infecções sexualmente transmitidas. Para esses indivíduos e a comunidade o tratamento da droga é uma prevenção a doenças. Injetores de drogas que não iniciam o tratamento estão até seis vezes mais suscetíveis a serem infectados com HIV do que os que iniciam e permanecem no tratamento. Usuários de drogas que entram e continuam no tratamento reduzem atividades que podem espalhar a doença, tais como compartilhar injeção e envolver-se em atividade sexual sem proteção. A participação no tratamento também apresenta oportunidades para triagem, aconselhamento e serviços adicionais. Os melhores programas de tratamento de abuso de droga proporcionam aconselhamento sobre HIV e oferecem teste de HIV aos seus pacientes. Onde os 12 passos ou programas de auto-ajuda se encaixam no tratamento de drogas ? Grupos de auto-ajuda podem complementar e estender os efeitos do tratamento profissional. Os Grupos mais proeminentes são os afiliados aos Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos e Cocaína Anônimos, todos com base nos 12 passos.

Como podem as famílias e amigos fazer diferença na vida de alguém que precisa de tratamento ?
A família e os amigos podem ter papéis fundamentais na motivação de indivíduos com problemas de drogas para entrar e permanecer no tratamento. A terapia familiar é importante, especialmente para adolescentes. O envolvimento de um membro da família no programa de tratamento de um indivíduo podem fortalecer e ampliar os benefícios do programa.

OS 13 PRINCÍPIOS NIDA PARA TRAT. DEP. QUÍMICA

A Dependência Química é uma doença complexa. É caracterizado por busca compulsiva e algumas vezes incontrolável e uso que persiste mesmo diante de conseqüências extremamente negativas. Para muitas pessoas a dependência se torna crônica com possíveis recorrências mesmo após longos períodos de abstinência. O caminho para a dependência das drogas começa com o ato de experimentar drogas. Ao longo do tempo a capacidade de uma pessoa para escolher não experimentar drogas pode ser comprometida. A procura de drogas torna-se compulsiva em grande parte como resultado dos efeitos de uso prolongado no cérebro, e consequentemente no comportamento A compulsão para uso de drogas pode tomar conta da vida de uma pessoa . A dependência freqüentemente envolve não apenas ingestão compulsiva de droga, mas também uma grande escala de comportamentos disfuncionais que possam interferir no andamento normal da família, local de trabalho e comunidade. Pode também colocar as pessoas em risco crescente de contágio de muitas outras doenças. Elas podem ser causadas por comportamentos, tais como condições precárias de moradia e saúde que comumente acompanham a vida de um dependente, ou devido aos efeitos tóxicos das drogas. Pelo fato de que a dependência tem tantas dimensões e atrapalha tantos aspectos da vida de um indivíduo, o tratamento para tal doença nunca é simples. Deve ajudar o indivíduo a parar de usar drogas e a manter um estilo de vida livre de drogas enquanto adquire um andamento produtivo em família, no trabalho e em sociedade. Um programa de tratamento eficaz geralmente tem vários componentes, cada um direcionado para aspecto particular da doença e suas conseqüências. Três décadas de pesquisas científica e prática clínica produziram uma variedade de métodos eficaz para tratamento de uso de drogas. Dados documentam que tratamento de drogas é tão eficaz quanto tratamentos da maioria de outras condições médicas crônicas semelhantes. Apesar de evidência científica que mostra a eficácia do tratamento de abuso de drogas, varias pessoas acreditam ser ineficaz. Em parte isso é por causa de expectativas irrealistas. Várias pessoas equiparam a dependência simplesmente ao uso de remédios e por isso esperam que a dependência seja curada rapidamente; e se isso não acontece, o tratamento é um fracasso. Na realidade, por ser uma desordem crônica, a meta final de abstinência por longo prazo freqüentemente requer episódios de tratamento repetidos e mantidos. Logicamente nem todo tratamento de abuso de droga é igualmente eficaz. Pesquisas também têm mostrado um conjunto de princípios exagerados que caracterizam a maior parte dos tratamentos eficazes de abuso em drogas e sua implementação.

PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO EFICAZ

PRINCIPIO 1- Um único tratamento não é apropriado para todos os indivíduos. Combinar locais de tratamento, intervenção e serviços para os problemas e necessidades de cada indivíduo em particular é indispensável para o sucesso final ao retornar para o funcionamento produtivo na família, local de trabalho e sociedade.

PRINCIPIO 2 O tratamento precisa estar prontamente disponível. Pelo fato de que os indivíduos dependentes em drogas podem estar duvidosos quanto a iniciarem em tratamento, aproveitar as oportunidades quando eles estão prontos é fundamental. Candidatos potenciais podem ser perdidos se o tratamento não estiver imediatamente acessível.

PRINCIPIO 3 Um tratamento eficaz é aquele que atende às diversas necessidades do indivíduos e não apenas ao uso de drogas. Para ser eficaz, um tratamento deve abordar o uso de drogas do indivíduo e quaisquer outros problemas associados: médico, psicológico, social, vocacional e legal.

PRINCIPIO 4 O tratamento de um indivíduo e o plano de serviços devem ser continuamente avaliados e modificados quando necessário para garantir que o plano atenda às necessidades mutante da pessoa. Um paciente pode precisar de combinações variadas de serviços e componentes de tratamento durante o curso da terapia e recuperação. Além de aconselhamento ou psicoterapia, um paciente às vezes pode requerer medicação, outros serviços médicos, terapia familiar, instruções aos pais, reabilitação vocacional, serviços legais e sociais. É fundamental que a abordagem do tratamento seja apropriada à idade, gênero, etnia e cultura do indivíduo.

PRINCIPIO 5 A permanência no tratamento por um período adequado de tempo é essencial para sua eficácia.
A duração apropriada para um indivíduo depende de seus problemas e necessidades. Pesquisas indicam que para a maioria dos pacientes o limiar de melhoria significativa é alcançada com 3 meses de tratamento. Após alcançar esse limiar um tratamento adicional pode produzir mais progresso rumo à recuperação. Devido ao fato de as pessoas com freqüência deixarem o tratamento prematuramente os programas devem incluir estratégias para envolver e manter os pacientes.

PRINCIPIO 6 Aconselhamento (individual e / ou em grupo) e outras terapias comportamentais são componentes cruciais para um tratamento eficaz. Em terapia os pacientes mencionam temas como motivação, aquisição de habilidades para resistir ao uso de drogas, substituição de atividades que não impliquem em uso de drogas e melhoria de habilidades para resolver problemas. A terapia comportamental também facilita relações interpessoais e a habilidade do indivíduo para atuar em família e na comunidade .

PRINCIPIO 7 Medicações são um elemento importante no tratamento de vários pacientes, especialmente quando combinadas com aconselhamento e outras terapias comportamentais. Naltrexona é uma medicação eficaz para alguns pacientes com dependência de álcool. Para pessoas dependentes de nicotina, um produto de substituição da nicotina ( tais como adesivos ou gomas ) ou uma medicação oral ( bupropion ) pode ser um componente eficaz no tratamento. Para pacientes com distúrbios mentais, tanto os tratamentos comportamentais quanto os medicamentos podem ser de fundamental importância.

PRINCIPIO 8 Indivíduos com distúrbios mentais que sejam dependentes das drogas devem ser tratados de maneira integrada de ambos os problemas. Pelo fato de distúrbios mentais e de dependencia freqüentemente ocorrerem no mesmo indivíduo, os pacientes que apresentarem ambas as condições devem ser avaliados e tratados pela recorrência de outro tipo de distúrbio.

PRINCIPIO 9 Desintoxicação médica é apenas o primeiro estágio do tratamento e por si mesma contribui pouco para mudança a longo prazo de uso de droga. Desintoxicação médica seguramente administra os sintomas físicos agudos de abstinência associada à interrupção de uso de droga. Enquanto a desintoxicação sozinha é raramente suficiente para auxiliar atingir abstinência por longos períodos, para alguns indivíduos é um precursor fortemente indicado em tratamento eficaz das drogas.

PRINCIPIO 10 O tratamento não precisa ser voluntário para ser eficaz. Uma forte motivação pode facilitar o processo do tratamento. Sanções ou carinho na família, estabelecimento de emprego ou o sistema criminal de justiça podem aumentar significativamente tanto a entrada no tratamento quanto índices de retenção e o sucesso de intervenções no tratamento de droga. Pode-se inclusive recorrer a internações involuntárias para forçar o paciente a se tratar. Para isso é necessário uma indicação médica precisa.

PRINCIPIO 11 O possível uso de droga durante o tratamento deve ser monitorado continuamente. Lapsos de uso de uso de drogas podem ocorrer durante o tratamento. O objetivo do monitoramento ao uso de álcool e droga de um paciente durante o tratamento, tal como através de exames de urina ou outros, pode ajudar o paciente a resistir ao uso de drogas. Tal monitoramento também pode proporcionar evidência prévia de uso de droga a fim de que o plano de tratamento do indivíduo possa ser ajustado. Feedback a pacientes que apresentarem resultado positivo quanto ao uso de droga é um elemento importante de monitoramento.

PRINCIPIO 12 Programas de Tratamento devem proporcionar avaliação para AIDS/ HIV, Hepatite B e C, Tuberculose e outras doenças infecciosas e Aconselhamento para ajudar pacientes a modificarem comportamentos de risco de infecção. Aconselhamento pode ajudar pacientes a evitarem comportamento de risco. Pode também ajudar pessoas que já estejam infectadas a lidarem com sua doença. Aconselhamento pode ajudar pacientes a evitarem comportamento de risco. Pode também ajudar pessoas que já estejam infectadas a lidarem com sua doença.

PRINCIPIO 13 A recuperação da Dependência Química pode ser um processo a longo prazo e freqüentemente requer vários episódios de tratamento. Tal como outras doenças crônicas, recorrências ao uso, de drogas podem acontecer durante ou após episódios de tratamento bem sucedidos. Indivíduos podem requerer tratamento prolongado e vários episódios de tratamento para atingir abstinência a longo prazo e restaurar funcionamento pleno. A participação em programas de apoio, de auto-ajuda, durante o tratamento é sempre útil na manutenção da abstinência.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Avanços Científicos e a Dependência Química

Diretora de instituto sobre abuso de drogas dos EUA apresentou palestra na tarde de ontem, em São Paulo
A dependência química é uma doença crônica que afeta o funcionamento do cérebro. Essa é a premissa básica apresentada pela psiquiatra Nora Volkow, diretora do Nida (Instituto Nacional sobre Abusos de Drogas, na sigla em inglês), em palestra realizada na tarde de ontem, no auditório da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

No início da atividade, a especialista de origem mexicana radicada nos EUA explicou que o consumo seguido de substâncias psicoativas produz no cérebro um efeito semelhante ao que acontece no coração de pessoas com problemas cardíacos. Através de exames que mapeiam a atividade cerebral, pesquisadores descobriram que a dependência química reduz o metabolismo em áreas como o córtex orbitofrontal.

A palestrante explicou como funciona esse mecanismo. “Essa área também é afetada no transtorno obsessivo-compulsivo. É a região do cérebro que nos permite mudar o comportamento de acordo com a necessidade. Por isso algumas pessoas dizem que não se tem mais prazer com o uso da droga, mas mesmo assim não conseguem parar”.

A abordagem foi destacada pelo secretário do Departamento de Dependência Química da ABP, Marcos Bessa. “Acho que este foi um ponto importante da palestra: a visão do conhecimento neurocientífico sobre a dependência como doença crônica cerebral. No Brasil, ainda predomina a idéia de que se trata de algo ligado ao caráter ou um problema de ordem moral”, comentou.

Desenvolvimento
Nora também destacou que esses efeitos podem ser potencializados nos casos em que o uso de drogas acontece durante o desenvolvimento cerebral. “As pesquisas mostram que o vício em maconha é mais comum dos 17 aos 22 anos. Durante a juventude, a habilidade do cérebro se adaptar de acordo com os estímulos ambientais é maior, pois as conexões entre o córtex orbitofrontal e a amígdala não estão totalmente desenvolvidas”.

Assim, o desenvolvimento da doença depende da interação entre aspectos genéticos e ambientais. Ambos os fatores podem estimular ou diminuir a ação dos receptores dopaminérgicos, que funcionam como um “protetor biológico” contra o vício. “Como sabemos que estressores sociais afetam esses receptores, podemos desenvolver estratégias de prevenção para os adolescentes socialmente vulneráveis”, declarou a palestrante.

Tratamento
Sobre o trabalho de recuperação para os dependentes, Nora explicou que a compreensão da dependência como doença crônica deve orientar a terapêutica para o longo prazo. “O fato de termos recaídas durante e após o tratamento não significa que ele não funciona. Pelo contrário, assim como na hipertensão, a dependência exige cuidado contínuo”. Segundo ela, com base no mecanismo cerebral responsável pela dependência, a intervenção deve ser direcionada para restaurar as conexões cerebrais afetadas.