sábado, 2 de outubro de 2010

TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL, O QUE É ISSO?

Jeffrey Young,criador da TCC, desenvolveu um tipo de terapia dentro do modelo cognitivo-comportamental, para pessoas com transtornos de personalidade (ex. borderline, narcisista, antissocial, obsessivo-compulsivo, etc,esse tipo de transtorno possuem traços de personalidade muito inflexíveis e mal ajustados à sociedade; possuem pouca aderência e motivação para terapia.

Para Young, nessa terapia é “fundamental encontrar os motivos das dificuldades hoje sentidas pelo cliente, avaliar todos os esquemas e paradigmas criados na sua mente e analisar o que foi por ele construído, para que esses esquemas pudessem ganhar força e forma”. Após esse levantamento, passa-se a intervenção mais consistentemente.

Um dos pontos de intervenção que diferem em grande nível da TCC tradicional, é a busca desenvolvimento dessa terapia, da conexão do paciente com suas emoções ou conteúdos emocionais “adormecidos”. Young postula que desviar a atenção ou evitar as experiências de vida que possam trazer ou repercutir em emoções negativas, impede que a pessoa combata a validade das suas crenças, fazendo com que os esquemas mentais e emocionais não sejam trazidos à superfície e, deste modo, não recebam tratamento.

Muitas vezes, é dessa maneira que as psicopatologias são construídas, ou seja, através desses círculos viciosos. Young também coloca uma importante ênfase no relacionamento terapêutico, tornando esse parte fundamental da mudança no processo. Em uma entrevista, Young disse: “Eu acredito que a forma de mudar os esquemas é trabalhando diretamente com a relação terapêutica, através de uma experiência emocional corretiva, o que significa que o terapeuta vai criar uma nova experiência para o cliente na relação terapêutica e que isso vai mudar a forma como o paciente se relaciona com as pessoas em geral. Assim, quando os pacientes saem da terapia, eles se relacionam melhor com as pessoas. (...)
A terapia é um instrumento para dar ao paciente novas experiências que combatam os seus esquemas iniciais. Se você tem um esquema de que as pessoas vão mentir para você, trair você, e você tem uma relação terapêutica em que o terapeuta lhe diz diretamente o que ele sente, é honesto com você, você tem uma nova experiência agora, e isso muda seu esquema.”

Desse modo, o terapeuta não só interpreta, analisa ou explica as necessidades do paciente, mas também as supre. Isso é o que ele denomina de “reparentamento limitado”, ou seja, o psicoterapeuta supre as necessidades do paciente, não atendidas na infância, dentro dos limites da terapia. Essa nova possibilidade de relacionamento faz com que o paciente sinta as coisas de uma maneira diferente, o que permite que a mudança seja mais profunda do que se ele refletisse ou examinasse esse conteúdo.

A Terapia do Esquema tem uma trajetória longa e árdua e, envolve a mudança comportamental, à medida que os pacientes aprendem a substituir estilos de enfrentamento desadaptativos por padrões comportamentais adaptativos. No entanto, os esquemas nunca desaparecem por completo, apenas ativam-se com menor frequência e o sentimento associado não é tão intenso. Os pacientes têm então uma visão mais positiva de si mesmos, escolhem relacionamentos mais amorosos e respondem à ativação de seus esquemas de forma mais saudável através da consciência psicológica dos mesmos.

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