quarta-feira, 9 de março de 2011

Obstáculos comuns ao tratamento.


Crise relacionada ao uso – perda do emprego,problemas legais e financeiros

Violência – ocorre em mais da metade dos casos

Recriminações – em conversas freqüentes sobre o passado.

Múltiplos usuários na mesma família – casais, irmãos, pais

Co-morbidades – pacientes com outras doenças associadas ou familiares com outras doenças

Resistência a mudanças

Sabotagem ao tratamento.

terça-feira, 8 de março de 2011

DROGAS; PREVENÇÃO E TRATAMENTO


A discussão sobre as drogas e os problemas de relacionamento entre pais e filhos invadiu as casas de milhões de brasileiros através da novela "O Clone ", que diariamente traz à tona o debate do assunto em um dos núcleos de sua trama. A mídia despertou o interesse da população pela prevenção ao uso de substâncias químicas e tratamentos para dependentes. Muita gente se identificou com a questão abordada, afinal quem não conhece alguém que bebe muito, usa drogas ou exagera nos remédios para emagrecer ou para dormir? Como a busca por informações tem sido grande, o Terra reuniu em um especial sites sobre prevenção e tratamento de usuários de drogas.

Passou o tempo em que a prevenção ao uso das drogas era feita através de vigilância e privações. Hoje é fato que a informação é a maior responsável por evitar o envolvimento de adolescentes com narcóticos, pois é dominando o assunto que ele é vencido. Além disso, a informação também leva ao tratamento .

A recuperação adequada para um dependente químico deve ser orientada por um profissional especializado , pois só ele pode fazer uma avaliação correta e encaminhar a um tratamento que varia de pessoa para pessoa. Não podemos esquecer que a luta contra a compulsão pelas drogas não é simples nem imediata e depende da vontade do usuário. Muitas vezes nem a vontade do dependente é suficiente, há casos em que ele quer e não consegue, por isso é importante a orientação do especialista.

O tratamento pode ser realizado através de acompanhamento médico e psicológico, por grupos de auto-ajuda e para casos extremos existem clínicas especializadas para internação. Exemplo de tratamento gratuito é o NA (Narcóticos Anônimos ). O programa de recuperação conta com salas de reuniões espalhadas em todo o mundo, é auto-suficiente e para ser membro basta ter o desejo de parar de usar. O NA utiliza a filosofia semelhante à do AA (Alcoólicos Anônimos ).

A internação em clínicas e hospitais geralmente é encarada como um último recurso. No Brasil, existem excelentes instituições e comunidades terapêuticas especializadas como o CENTRAD , GREA e Associação Parceria contra as Drogas . Nos últimos anos, o país gastou mais de 700 milhões de reais em tratamento de dependentes químicos entre gastos com internação em hospitais públicos e medicações. Além do mais, as drogas representam 8% das mortes no mundo.

Não será por falta de informação que você deixará de se tratar ou procurar ajuda para amigos ou familiares. Quando o assunto é drogas, a comunicação é indispensável, não há nada melhor que um bom diálogo. Para o sucesso de qualquer recuperação é necessário não só o comprometimento do dependente, mas a família também deve rever seus hábitos e conceitos. A mudança de alguns comportamentos pode ajudar os jovens a manter-se longe das drogas.

Quais os transtornos psiquiátricos mais associados às dependências?

Quais os transtornos psiquiátricos mais associados às dependências?

A depressão é o transtorno que mais se associa ao abuso e à dependência de drogas. Outros transtornos freqüentemente encontrados entre os dependentes são o transtorno de ansiedade, o obsessivo-compulsivo, os de personalidade e, mais raramente, alguns tipos de psicoses. Mais recentemente descobriu-se que indivíduos com transtornos neurocognitivos (de aprendizagem) estão mais propensos a se tornarem dependentes de drogas. Esses podem se manifestar através de problemas de atenção, memória, concentração ou linguagem, entre outros. A grande dificuldade decorre de, com muita freqüência, esses sinais não serem identificados nem pelos familiares nem pela escola, podendo estar presentes desde a mais tenra idade. Exemplificando, muitos jovens considerados rebeldes, preguiçosos, desinteressados, vagabundos ou indisciplinados, na verdade podem apresentar um transtorno específico de aprendizagem ou de atenção. É importante ressaltar que esses transtorno prejudicam profundamente a auto-estima e o desenvolvimento das crianças e dos jovens, atrasando ou até mesmo impossibilitando o uso de suas potencialidades.

Se fossem diagnosticados de modo correto, esses distúrbios poderiam ser facilmente tratados, evitando assim as conseqüências drásticas que ocorrem quando não são identificados. Como exemplo disso, muitos dependentes de drogas que apresentavam transtorno de atenção, quando o problema foi adequadamente tratado, pararam de consumir drogas.

segunda-feira, 7 de março de 2011

17 procedimentos para o familiar lidar com o dependente químico

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17 procedimentos para o familiar lidar com o dependente químico

1) Você não é responsável pela dependência do seu familiar. Você não a causou você não pode controlá-la e você não pode curá-la sozinho;

2) Apesar de você não ser o responsável pela dependência do seu familiar, você é responsável pelo seu próprio comportamento. Você tem a escolha de ajudar o seu familiar a evitar o consumo de substâncias, através do adequado estabelecimento de limites, acolhimento, orientações e tratamento;

3) A dependência do seu familiar não é um sinal de fraqueza da sua família. Infelizmente, isso pode ocorrer em qualquer família, como quaisquer outras doenças;

4) Não ameace, acuse, moralize os erros passados do seu familiar dependente. Isso apenas tornará você o foco da raiva e frustrações do seu familiar dependente; além disso, não ajudará o mesmo a modificar o seu comportamento;

5) No entanto, não mascare, desculpe ou proteja o dependente das conseqüências naturais do seu comportamento. Fazendo isso, você se torna “cúmplice” na perpetuação dos comportamentos irresponsáveis ou inadequados do adicto;

6) Não tente encontrar fatos no passado do dependente, como traumas infantis, estresse no trabalho, problemas conjugais, para justificar o problema com as drogas. Isso somente promoverá a chancela ao indivíduo dependente para a manutenção do uso das substâncias;

7) Não faça “jogos de culpa” para o indivíduo dependente. Por exemplo, dizer que “se você realmente gostasse de mim, você pararia de usar drogas” realmente não funciona. Culpa não funciona;

8) Não use ameaças como forma de manipulação. Você pode e DEVE estabelecer limites, mas primeiro pense cuidadosamente e, então, esteja preparado para ir adiante. Se você não sabe o que dizer, é melhor não dizer nada;

9) Não permita que o individuo dependente “explore” você financeiramente ou de qualquer outro modo. Respeite-se;

10) Não ignore formas de manipulação realizadas pelo adicto. Não estabeleça conluio com o indivíduo dependente para manter segredos sobre o consumo de drogas. Isso apenas aumentará a evasão de responsabilidade por parte do adicto;

11) Não se esqueça de procurar e manter o seu próprio tratamento. A co-dependência pode ser, às vezes, devastadora;

12) Não tente proteger o indivíduo dependente de problemas comuns da família;

13) Não promova uma “guerra”, se sinais de recaída estiverem presentes. Também não mantenha silêncio sobre eles. Apenas traga-os à vista calmamente e diretamente, sem acusações;

14) Não espere que o indivíduo dependente em recuperação seja “legal” o tempo todo. Às vezes, ele pode ficar irritado, triste, ou de mau humor, sem que isso esteja relacionado ao uso de drogas;

15) Além do problema relacionado ao uso de drogas pelo familiar dependente, você tem outros problemas para solucionar. Não os deixe de lado;

16) Não se iluda pensando que o individuo dependente está “curado” e nunca mais usará substâncias. A Síndrome de Dependência é uma doença crônica que requer tratamento crônico;

17) Não deixe de focar-se em si mesmo. Utilize o seu sistema de apoio, terapeutas, outros familiares e amigos para possibilitar a sua recuperação enquanto co-dependente.

domingo, 7 de novembro de 2010

INFORMAÇÃO SOBRE TEMPO DE VIDA DAS SUBSTÂNCIAS

SUBSTÂNCIA    

URINA
CABELO
SANGUE


Álcool
3-5 dias
Até 90 dias
12 horas


Anfetamina (exceto metanfetamina)
1 a 3 dias
Até 90 dias
12 horas


Metanfetamina
3 a 5 dias
Até 90 dias
1 a 3 dias


MDMA (Ecstasy)
4 dias
Até 90 dias
25 horas
Barbitúricos (exceto Fenobarbital)
2 a 3 dias
Até 90 dias
1 a 2 dias


Fenobarbital
2 a 3 semanas
Até 90 dias
4 a 7 dias


Benzodiazepínicos
Uso terapêutico: 3 dias.
Uso crônico (mais de 1 ano):4 a 6 semanas
Até 90 dias
6 a 48 horas


Cannabis
Uso diário: 7 a 30 dias
Uso em um episódio: 1 a 6 dias
Até 90 dias
Até 2 semanas com uso freqüente


Cocaína
2 a 4 dias
Até 90 dias
24 horas

Codeína
1 dia
Até 90 dias
12 horas

Cotinina
2 a 4 dias
Até 90 dias
2 a 4 dias

Morfina
2 dias
Até 90 dias
6 horas

Heroína
3 a 4 dias
Até 90 dias
6 horas

LSD
24 a 72 horas
Até 3 dias
3 horas

Metadona
3 dias
Até 90 dias
24 horas

MACONHA - DANOS CEREBRAIS

Os danos cerebrais do uso da maconha

Danos no cérebro são expressivos também para usuário leve de maconha, diz estudo
Você já deve ter ouvido algum defensor da maconha dizer que fumar um ou dois baseados por dia não faz mal a ninguém. Porém, um estudo realizado na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostra que mesmo usuários leves da droga podem ter danos em funções do cérebro, especialmente se tiverem começado a fumar cedo. E o pior: os prejuízos permanecem mesmo depois que a pessoa abandona o hábito.

A pesquisa avaliou 173 usuários crônicos de maconha e comparou com um grupo de 55 não usuários como controle. Dos consumidores de maconha, 49 tinham iniciado precocemente (antes dos 15 anos). A idade dos participantes variou entre 18 e 55 anos e o grupo fumava, em média, 1,8 baseado por dia.

O objetivo foi avaliar os danos gerados pela maconha na chamada "função executiva" do cérebro, aquela que permite processar e organizar novas informações que necessitam de planejamento, iniciativa, memória operacional, atenção sustentada, inibição dos impulsos, fluência verbal e pensamento abstrato. Para avaliar os efeitos da droga, foi aplicada uma série de testes cognitivos. Um deles, por exemplo, envolvia citar palavras começadas em "s" em um minuto.
Quanto mais cedo, pior

Segundo a autora da pesquisa, a neuropsicóloga Maria Alice Fontes, os prejuízos no grupo que consumia maconha foram expressivos em relação ao controle. E ficou claro que os danos são ainda maiores entre os usuários que começaram a fumar precocemente. "O processo de maturação do cérebro vai até os 18, 19 anos, por isso começar antes dos 15 é muito prejudicial", explica.

Outro fato constatado pelo estudo é que os déficits produzidos pela maconha são acumulativos e permanentes – os participantes do estudo também foram avaliados após um período de abstinência. Segundo a pesquisadora, o próprio prejuízo da droga sobre o controle do impulso faz com que os usuários acabem sofrendo recaídas ao tentar abandonar o hábito.

Fontes explica que todas as pessoas possuem um sistema endocanabinoide, ou seja, produzem uma espécie de "maconha" natural do organismo, chamada anandamida. Ao consumir a droga, esses receptores são preenchidos, o que causa uma espécie de conflito nas células. Com o tempo de uso, esse desequilíbrio torna-se permanente e o corpo deixa de produzir seu próprio canabinoide.

A pesquisa, apresentada como tese de doutorado pelo Laboratório de Neurociências Clínicas da Unifesp, deve ser publicada na revista "British Medical Journal", segundo a autora. E o próximo passo da equipe do laboratório será realizar um estudo com neuroimagem para avaliar a ação da maconha.

sábado, 2 de outubro de 2010

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA TARDIA OU DEMORADA (SAD)

Quadros clínicos conhecidos como Síndrome de Abstinência Protraída ou Tardia são freqüentemente encontrados entre alguns dependentes de substâncias psicoativas, como opióides, álcool, benzodiazepínicos, cocaína.
Na Síndrome de Abstinência Protraída de Cocaína, sintomas caracterizados por *anedonia, humor deprimido, ansiedade e principalmente fissura são muito amiúde reportados. 

Esses sintomas estão significativamente associados com as recaídas.

De fato, as contínuas modificações do metabolismo em diferentes regiões do cérebro, durante o período de abstinência de cocaína, podem ser responsáveis por diferentes sintomas físicos e psicológicos. Realmente, durante a abstinência da cocaína, crack, alterações da atividade metabólica no córtex pré-frontal, particularmente no hemisfério cerebral esquerdo, acompanhadas por alterações do fluxo sanguíneo cerebral, têm sido observadas, o que perdura por cerca de 3 a 6 meses, ou às vezes, mais tempo.

Apesar dos sintomas de abstinência protraída consistirem em um fato amplamente verificado em amostras de dependentes de cocaína; existem outros sintomas que podem estar relacionados a outros problemas físicos e/ou psiquiátricos. 

Além disso, o consumo dessa substância pode provocar/induzir transtornos em vários sistemas orgânicos. 

*Anedonia: 1 incapacidade de ter prazer ou divertir-se; 2 forma especial de rigidez afetiva em conseqüência de experiências traumáticas de vida.